A garota não assumia, mas era sempre isso que ela fazia pra se proteger dos males da vida. Toda vez que alguém se aproximava dela, que mexia com ela daquele jeito que só certas pessoas sabem fazer com a gente, ela se escondia no mais íntimo do seu ser.
Fingia que nada estava acontecendo, escondia seus sentimentos das pessoas, até dos amigos mais próximos, falava para si mesma que gostar de alguém era bobeira, ficar com a mesma pessoa por tempos então, maior bobagem que alguém poderia fazer! Não, ela nunca foi de querer estar com todo mundo, de farrear em todas as ocasiões, ela só queria se proteger, ela só não queria se apegar a alguém.
E assim ela seguia praticando seu desapego, pelo menos ela achava que mostrava isso pro mundo. Na cabeça dela, todos que a conheciam sabiam como ela se sentia bem por estar sozinha, como era independente e que deixar as coisas seguirem era natural para ela. No mundo dela nenhuma só pessoa imaginava o esforço que ela fazia para esconder seus sentimentos e se proteger dos sentimentos dos outros.
Mas no mundo aqui de fora, sempre existe uma pessoa para reparar na outra. Sempre existe uma pessoa que vai tentar quebrar toda e qualquer barreira que as pessoas colocam, e foi assim com a garota. Apareceu uma pessoa na vida dela, ela, mais uma vez, se protegeu, se fechou, tentou fugir, mas cada vez mais ia se apaixonando, cada vez mais ia amando que aquela pessoa se aproximava dela e ia entendendo o seu mundo. Foi ai que a garota baixou a guarda, aceitou os sentimentos que lhe eram oferecidos, se deu por completa, disse eu te amo….
Viveram juntas um tempo, mas uma hora ou outra tudo acaba! E porque seria diferente com ela? O amor acabou, doeu, ela viveu aqueles tempos tristes e nebulosos, com raiva e ódio misturados a aceitação, afinal, as vezes só não é pra ser. Mas o que era importante disso a garota aprendeu: que se apegar faz parte da vida, e dar com a cara na parede é algo que todos tem que viver pra entender a sensação. Aqueles sentimentos acabaram, mas agora ela estava aberta para sentir tantos outros fosse possível.
(Clara Di Lernia)
Esse blog já foi de um grupo de 7 jovens que decidiu se propor um jogo/desafio, hoje em dia é outra coisa.
sábado, 28 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Platonicamente físico
Mais uma vez aqui estou
Perdida no tempo,
No espaço, na rua, na vida
E perdendo-me cada vez mais
Nesse insano querer.
Eu que me julgava fria
Fazia de minha vida um eterno baile,
Hoje não faço mais nada além de amar-te.
Por amar-te entrego-me,
Lanço-me a própria sorte.
Por amar-te, calo-me.
Recolho-me, me guardo no mais intimo de meu ser.
Por amar-te busco refugio no mundo das ideias.
Por medo de amar-te, amo-te ainda mais.
Amo-te platonicamente,
Mas não te ter me dói fisicamente.
(Victória Sales)
Perdida no tempo,
No espaço, na rua, na vida
E perdendo-me cada vez mais
Nesse insano querer.
Eu que me julgava fria
Fazia de minha vida um eterno baile,
Hoje não faço mais nada além de amar-te.
Por amar-te entrego-me,
Lanço-me a própria sorte.
Por amar-te, calo-me.
Recolho-me, me guardo no mais intimo de meu ser.
Por amar-te busco refugio no mundo das ideias.
Por medo de amar-te, amo-te ainda mais.
Amo-te platonicamente,
Mas não te ter me dói fisicamente.
(Victória Sales)
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Ex-futuro-robô (salvo por amor)
Meu corpo já estava entregue
- Podem me tirar os braços, as pernas e o coração!
era o que eu exclamava
- Humanidade pra quê? eu questionava
Vou ali no futuro mesmo;
transcender, deixar de ser
E agora, Platão?
É no mundo das ideias que quero viver...
Corpo pra quê? não quero morrer
eu insisto, só quero transcender
Desisto! mas preciso dizer
que se não fosse por você
eu não saberia mais o que fazer
é tão clichê mas quem poderia me salvar que não ele, o amor
Meu amor veio rodopiante, de sorriso largo e contagiante
Cabelo armado e braços soltos
veio da terra (e desta Terra)
E me levou pra tribo, com direito a tudo
flores, sorrisos e fumaça...
Me arrancou os fios elétricos e
me preencheu todos os poros dessa carne
que não mais queria continuar a existir
Sem amarras, fluindo...sem nome, sem destino
Me preparando para quando ele for embora eu continuar
Ganhei mais um elemento, eu que era todo do ar
do mar, agora também sei que mesmo sem nomear
também posso amar, a terra toda!(Paulo A. S. da Silva)
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
te busquei em Julietas, Elizabeths,
em tantos outros rostos e corpos, mas não. Nenhuma delas era você. Era tudo inútil.
Porque eu não te encontro em nenhum lugar. Deve ser porque eu já joguei fora todas as coisas que me lembram você, já apaguei teu número do meu celular. E nunca te ligarei depois de uma bebedeira pedindo para você ficar comigo.
Eu chorei porque eu sou pouco. Porque apesar de você mencionar várias das minhas qualidades, elas são poucas também.
E eu te entendo. Mas dou um sorriso amarelo quando dizem que você é boba de não ficar comigo, quando dizem que você é mediana. As vezes me apego nessas coisas para me sentir menos mal e aceitar que a vida é assim, que eu sou assim.
Eu sou como esse cara que veio antes de mim, cujo único diferencial é conhecer alguns livros e ter algum domínio lexical.
(Mayra Guanaes)
Porque eu não te encontro em nenhum lugar. Deve ser porque eu já joguei fora todas as coisas que me lembram você, já apaguei teu número do meu celular. E nunca te ligarei depois de uma bebedeira pedindo para você ficar comigo.
Eu chorei porque eu sou pouco. Porque apesar de você mencionar várias das minhas qualidades, elas são poucas também.
E eu te entendo. Mas dou um sorriso amarelo quando dizem que você é boba de não ficar comigo, quando dizem que você é mediana. As vezes me apego nessas coisas para me sentir menos mal e aceitar que a vida é assim, que eu sou assim.
Eu sou como esse cara que veio antes de mim, cujo único diferencial é conhecer alguns livros e ter algum domínio lexical.
(Mayra Guanaes)
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Pateticamente sem ação
Em uma de nossas primeiras conversas você fez joça de mim ao dizer que tento complicar coisas simples com palavras difíceis, não entendi na hora o porque aquilo me incomodou tanto, fiquei remoendo isso durante todo esse tempo e acho que cheguei a uma conclusão. Me doeu porque você fez pouco caso do único diferencial que possuo. Se você é linda, com seus cabelos amarelo girassol, seu vestido rosa, seu sorriso e sua desenvoltura social eu tenho meus óculos, meus livros, algum domínio lexical e parca noção de como impressionar alguém como você.
Ainda assim de alguma forma lhe despertei o interesse e com isso nos aproximamos, contudo ainda me vejo te perdendo a cada segundo, não creio ser capaz de mantê-la próxima, afinal não há nada que comungamos além de nossa ânsia em estarmos juntos, mas quanto mais isso durará posto que é chama? Vejo hoje que antevi desalentadamente nas histórias o amor que sinto por você, te busquei em Julietas, Elizabeths, O Haras, Guineveres, Arwens… E quando finalmente me vi ao seu lado me sinto inapto em entregar-lhe tudo que, por direito, é seu. Sou no fundo, e antes de mais nada, um bruto revestido da película que apenas a erudição é capaz de fantasiar.
Sendo assim rogo-lhe para que busque com toda a força que há em você uma maneira de alterar essa minha ignóbil maneira de ser, para que possa no poente do sol de cada um de nossos dias lhe fazer feliz e sentir orgulho da pessoa que me tornei graças a você.
<Augusto Nessuno>
Lá está ela, altiva e bela, fingindo que nada a atinge. Ela sabe que a observam, admiram, elogiam. Balança para um lado, balança para o outro. Cheia de charme, elegância e petulância, ela deixa que o sol a ilumine, como se este fosse um holofote, e o mundo, um palco.
Com seu vestido rosa, cabelos loiros e perfume inebriante, seduz a tudo e a todos, sem a menor pressa. No meio desta paisagem selvagem e desordenada, ela se destaca justamente por misturar o padrão que a cerca com os atributos mais almejados por qualquer ser vivente.
Um destaque que esconde as imperfeições das folhas, os galhos quebrados, as outras flores mortas. Ela, sozinha, faz com que um suspiro seja estritamente obrigatório para qualquer um que venha a ter o privilégio de olhar, cheirar, tocar.
Uma flor que poderia ser gente. A gente que me arranca suspiros. Que me permite amar, sofrer e ver que o mundo, é pra lá de injusto.
Gente que, como toda bela flor, tem seus espinhos, suas armadilhas, suas falhas disfarçadas por trás de tanta perfeição.
Gente que eu quero ver pra sempre, nos holofotes da vida, no palco das emoções, na apresentação ao mundo. Gente que vai se destacar, loira e com um vestido cor de rosa, mesmo que só eu venha a aplaudir quando as cortinas se fecharem.
Mesmo que eu leve flores pra essa flor, pra privilegiar exatamente o que ela é: a mais bela do meu jardim.
(Gabriel Cruz Freitas)
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Era um caminhão...
…carregado de fotografias!
Fotos, daquelas tiradas em câmeras analógicas, que você precisa trocar o filme, que você não pode apagar, e melhor, que você só sabe como sai, quando revela.
É, era um caminhão de fotos e lembranças.
A parte mais doce da vida são as lembranças, e aquelas fotos eram doces como chocolate puro, eram glicose na veia de um viciado em histórias, eram a razão de viver de uma pessoa.
Foram dias, semanas, arrisco em dizer que foram meses. Foi um tempo na vida de alguém, um tempo que contava com boas risadas, com alegrias, mas que acabou, acabou junto com aquele verão (ou será que foi só no verão seguinte?). Acabou, as lembranças ficaram marcadas como fotos escondidas e as histórias não eram mais sussurradas, eram histórias proibidas no inverno eterno que eles viviam.
Agora, com a chegada daquele caminhão, com a chegada das histórias, com a chegada das lembranças, eles podiam voltar a contar para os mais novos a mais linda história de amor, talvez nem sempre linda, mas linda nos olhos de uma criança que nunca soube o que era amar.
É, com a chegada daquelas fotos reveladas o fim de um ciclo chegou, o inverno acabou. O que será que a primavera prepara para as próximas histórias?
(Clara Di Lernia)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Mais que um amor de carnaval
Tenho em minha mente
Um vasto acervo fotográfico, que
Ao menos um terço
Tem você de algum jeito.
Pensando bem,
Você esta nas melhores fotos e lembranças.
Cada momento com você é único!
E devo lhe confessar menina,
Que não há nada mais lindo que te ver acordar,
Dormir, bocejar, sorrir, gargalhar,
Ficar envergonhada e até reclamar.
Gosto simplesmente de te ver.
Não há nada que eu queria
Mais nessa vida
Que te ver dormir e acordar todos os dias.
És meu eterno amor de verão.
PS: Revelei as fotos do nosso primeiro carnaval juntas,
(Victória Sales)
Um vasto acervo fotográfico, que
Ao menos um terço
Tem você de algum jeito.
Pensando bem,
Você esta nas melhores fotos e lembranças.
Cada momento com você é único!
E devo lhe confessar menina,
Que não há nada mais lindo que te ver acordar,
Dormir, bocejar, sorrir, gargalhar,
Ficar envergonhada e até reclamar.
Gosto simplesmente de te ver.
Não há nada que eu queria
Mais nessa vida
Que te ver dormir e acordar todos os dias.
És meu eterno amor de verão.
PS: Revelei as fotos do nosso primeiro carnaval juntas,
(Victória Sales)
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Versinhos bobos de um verão
Havia uma multidão em minha frente
Era um bloco, era um arrastão!
Eu procurava um único rosto
Seria fácil encontrá-lo
pois o Sol esquentava a todos
mas ele sempre brilhava mais
naquele rosto
Haverá um dia que irei vê-lo todo dia
e nesse dia
haverá um verão de tanta explosão
que haverá em meu coração!
(Paulo A. S. da Silva)
Era um bloco, era um arrastão!
Eu procurava um único rosto
Seria fácil encontrá-lo
pois o Sol esquentava a todos
mas ele sempre brilhava mais
naquele rosto
Haverá um dia que irei vê-lo todo dia
e nesse dia
haverá um verão de tanta explosão
que haverá em meu coração!
(Paulo A. S. da Silva)
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Cinzas
Eu fico triste quando chega o carnaval.
Deve ser por causa daquele carnaval de 2008. Uma amiga mais velha havia levado os meninos para acompanharem um bloco de carnaval. Ela disse que as amigas dela iriam também, seria divertido.
Nós ficamos esperando pela volta deles aqui em casa. Mas nem todos voltaram.
- Adolescente se mata à facadas - deu no jornal.
Nós amanhecemos de preto e a quarta-feira amanheceu assim, só cinzas.
(Mayra Guanaes)
Deve ser por causa daquele carnaval de 2008. Uma amiga mais velha havia levado os meninos para acompanharem um bloco de carnaval. Ela disse que as amigas dela iriam também, seria divertido.
Nós ficamos esperando pela volta deles aqui em casa. Mas nem todos voltaram.
- Adolescente se mata à facadas - deu no jornal.
Nós amanhecemos de preto e a quarta-feira amanheceu assim, só cinzas.
(Mayra Guanaes)
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Meu amor, minha flor,
Menina, nunca
acreditei na possibilidade de te ver entrando nessa confusão que é minha vida. Antes
de te encontrar eu deixei todo o romance que havia em mim escorrer para o
esgoto, mas você chegou e ofuscou o meu olhar, dando sentido para tudo que eu
enfrentara até ali. E agora estou esperando que o tempo voe para que você
retorne, já que sem seu cheiro no meu travesseiro simplesmente não há sentido
em ir para a cama.
Hoje
faz cinco dias que você não está aqui comigo, tenho contado as horas durante
esse feriado para te abraçar de novo, quero ver você subindo as escadas, me
olhando com seus olhos claros e sorrindo para mim ao perceber a bagunça que sou
sem você. Na quarta você vai chegar, a quinta sequer vai começar e na sexta? Ah
mas nessa sexta eu vou estar apaixonado. Já terei deixado tudo arrumado, minhas
malas, as suas, o tanque estará cheio. Te chamarei para jantar e iremos em
direção ao norte até encontrarmos aquela pousada em que passamos a nossa
primeira noite.
Quero
reviver aquela imagem que ficou grudada em mim e mudou toda minha história. Nós
dois deitados na cama, eu acordando antes e te olhando, nua, durante um bom
tempo, consegui gravar cada pedaço seu que contrastava com o branco dos
lençóis, dos travesseiros e da própria parede. Moldando seu corpo, que naquele
momento era para mim mais digno do Louvre do que qualquer Vênus de Milo, estava
a luz do sol da manhã refletida nas areias claras da praia que chegava à nossa
janela, ao fundo era possível perceber o azul do mar que cintilava e dava
movimento àquela cena, que só posso descrever como, sublime. Pensava que nada
poderia me fazer mais feliz do que ver meu sonho deitado ao meu lado até ver
você abrir os olhos, e o verde deles me queimou mais do que qualquer fogueira
que já tenha presenciado, quando estava completamente desmontado diante do seu
olhar e rendido perante à sua presença, você me presenteou com sua curva mais
bonita, aquela que eu busco todos os dias ao voltar para casa, aquela que me
mostra que vale a pena continuar vivendo nesse mundo caótico, você me deu seu
sorriso. Naquele momento eu soube que era seu para o que você quisesse fazer de
mim.
Mas
para conseguir fazer tudo isso de novo preciso que você chegue, preciso que a
quarta-feira de cinzas venha depressa, porque se para o resto do mundo a festa
estará terminando, para mim o carnaval só vai começar quando te beijar e te
amar como se fosse a última.
<Augusto Nessuno>
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Senta aqui. Tem café na mesa, mas não se afobe pois acabei de passá-lo. Fique ao meu lado e mastigue seu pão com manteiga, por favor.
Seus cabelos revoltos são mais belos que os raios de sol que invadem nossa sala de jantar, sabia?
Veja isso tudo que temos, veja esta segunda-feira! Há uma tendência maravilhosa para que sejamos felizes a cada segundo, sem interrupção, sem fim. Fim?
Dei uma risada e lhe entreguei a rosa que escondia na cadeira ao lado: "te amo, pra sempre".
De fato, infindável. Beijei -lhe com a boca de café, abracei com cheiro de...você e te convidei pro banho. Cada momento é motivo de diversão, de aproveitamento mútuo, de carinho espontâneo, de nós dois e nada mais.
E o mais gostoso é saber que a terça-feira terá gostinho de segunda.
Seus cabelos revoltos são mais belos que os raios de sol que invadem nossa sala de jantar, sabia?
Veja isso tudo que temos, veja esta segunda-feira! Há uma tendência maravilhosa para que sejamos felizes a cada segundo, sem interrupção, sem fim. Fim?
Dei uma risada e lhe entreguei a rosa que escondia na cadeira ao lado: "te amo, pra sempre".
De fato, infindável. Beijei -lhe com a boca de café, abracei com cheiro de...você e te convidei pro banho. Cada momento é motivo de diversão, de aproveitamento mútuo, de carinho espontâneo, de nós dois e nada mais.
E o mais gostoso é saber que a terça-feira terá gostinho de segunda.
domingo, 15 de fevereiro de 2015
H
Pela primeira vez eu a vi acordar
A-COR-DAR pro meu dia, nossos dias.
Sabe quando você esquece como é essa tal coisa de ser amado?
Daí vem a vida e te ama sem fim, te ama em forma de mulher.
Parece bobice, mas hoje eu acordei sorrindo pra vida.
Hoje, domingo, eu me reconciliei com a vida.
Bruna Kaiowá
A-COR-DAR pro meu dia, nossos dias.
Sabe quando você esquece como é essa tal coisa de ser amado?
Daí vem a vida e te ama sem fim, te ama em forma de mulher.
Parece bobice, mas hoje eu acordei sorrindo pra vida.
Hoje, domingo, eu me reconciliei com a vida.
Bruna Kaiowá
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Porque hoje pra te ver sorrir preciso bancar o durão
Pois é! Tava aqui pensando na vida, e bom, cê sabe que quando dou pra filosofar vou longe.
Certa vez li que o sorriso do cachorro tá no rabo. Pirei nessa frase por meses, e agora ela voltou com tudo na minha cabeça, assim do nada, ô confusão!
Qual o significado de um sorriso?!?!? Odeio essas dúvidas eternas que o mundo nos proporciona
Um sorriso, daqueles que você nem repara que está dando quando pensa em uma pessoa ou quando vê uma cena boba do outro lado da rua, será que ele tem significado? Talvez seja só um reflexo do corpo, né?
É, deve ser isso! Aquelas coisas biológicas dos seres vivos!!
Queria poder sorrir agora.
É que tô pensando em você, é instinto abrir aquele sorrisão lembrando da sua alegria.
Se o chefe me ver sorrindo vai reclamar e resmungar "Onde já se viu um segurança sorrir? É pra fazer cara de bravo, pô!". Puta cara mal amado.
Vou ser durão por mais uma horinha, só pra poder voltar pra casa e reencontrar o seu sorriso, depois penso no significado disso…
(Clara Di Lernia)
Certa vez li que o sorriso do cachorro tá no rabo. Pirei nessa frase por meses, e agora ela voltou com tudo na minha cabeça, assim do nada, ô confusão!
Qual o significado de um sorriso?!?!? Odeio essas dúvidas eternas que o mundo nos proporciona
Um sorriso, daqueles que você nem repara que está dando quando pensa em uma pessoa ou quando vê uma cena boba do outro lado da rua, será que ele tem significado? Talvez seja só um reflexo do corpo, né?
É, deve ser isso! Aquelas coisas biológicas dos seres vivos!!
Queria poder sorrir agora.
É que tô pensando em você, é instinto abrir aquele sorrisão lembrando da sua alegria.
Se o chefe me ver sorrindo vai reclamar e resmungar "Onde já se viu um segurança sorrir? É pra fazer cara de bravo, pô!". Puta cara mal amado.
Vou ser durão por mais uma horinha, só pra poder voltar pra casa e reencontrar o seu sorriso, depois penso no significado disso…
(Clara Di Lernia)
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Um encontro sem hora marcada
Tudo ganhou outro significado.
Desde aquele dia
Cada canto dessa casa me lembra você.
O travesseiro tem seu cheiro,
Meu copo o teu gosto,
Minha coberta ainda tem o teu calor
E minha cama o teu suor.
Sabe menina,
Cada mobilha dessa casa é uma parte sua,
É uma parte da nossa história.
Vejo nosso beijos escondidos
Por todos os cantos da casa,
Sinto sua ausência ainda presente
Em meu dia a dia,
Assim como sinto teus braços envolvendo meu corpo
Em um longo, terno e eterno abraço.
A cada sorriso teu
Vejo meu mundo sendo ressignificado.
(Victória Sales)
Desde aquele dia
Cada canto dessa casa me lembra você.
O travesseiro tem seu cheiro,
Meu copo o teu gosto,
Minha coberta ainda tem o teu calor
E minha cama o teu suor.
Sabe menina,
Cada mobilha dessa casa é uma parte sua,
É uma parte da nossa história.
Vejo nosso beijos escondidos
Por todos os cantos da casa,
Sinto sua ausência ainda presente
Em meu dia a dia,
Assim como sinto teus braços envolvendo meu corpo
Em um longo, terno e eterno abraço.
A cada sorriso teu
Vejo meu mundo sendo ressignificado.
(Victória Sales)
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
OBJETO SENTIDO
Todas as coisas tem sentimento <-> sentimento de consciência.
Meu despertador, por exemplo,
sempre sabe se eu estou dormindo ou se já estou acordado.
E não gosta quando eu acordo antes dele despertar.
Sinto uma certa chateação da parte dele, pois é como se ele perde-se sua funcionalidade.
Os objetos, assim como nós, adoram o sentimento de importância
Outro dia o calendário da minha cozinha estava bravo,
eu senti que ele estava com ciúmes do meu celular,
pois já faz um tempo que venho utilizando mais o aparelho móvel do que ele.
Esse tipo de comunicação homem-objeto não é difícil, basta sentir, é uma espécie de compaixão, uma empatia aguçada.
E quem sou eu para falar de coisas? (que coisa?)
Quem me chama do outro lado? (que matéria é a sua?)
Será eu um novo objeto? (odeM)
Depois de ver um filme agradeci ao YouTube e logo meu liquidificador me contou um segredo;
Gritou:
- Quem bate?
Voltou:
- Sou eu, o abacate! Me descasque sou filhote, quero logo um banho, escorrer na garganta.
[onde eu moro?]
(Paulo A. S. da Silva)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
me trocaram a tv!
e eu nem acreditei. A nossa TV já estava nas últimas mas resistindo. Puuuxa, assistimos tantas novelas nela... Pantanal, A próxima vítima, A viagem e tinha até aquela...qual era mesmo o nome? hmmm... Aquela do Marrocos? Aaaaah, o Clone! Mas tinha as mexicanas também, né. Maria do Bairro. Lembra? Essa já assstimos umas três vezes! Tudo reprise! Nessa tevê tem reprise toda hora. Não é, Tuco?
Tuco, você lembra daquela que tinha um shopping? Como era mesmo o nome? eu não lembro mas...Tuco? Tuco!!! Ih, dormiu. É a idade, cê sabe como é. A gente vai ficando velho e aguentando pouco.
Essa tv já tava pra queimar, ela tava ficando com umas linhas pretas assim...e é de quando tá pra queimar, né?
Viu, eu gostava mesmo era daquelas tevês de ficar girando o botão...mas aí o botão quebrava e tinha que levar pra arrumar né?
Quando meu pai conseguiu comprar a nossa primeira televisão, eu já era mocinha. Mas passava aquele desenho do pica-pau.
Mas essa tevê nova...nós não sabemos mexer direito, não. Tem que chamar a Carminha pra colocar no canal que a gente quer ver.
Mesmo assim quando a tevê nova chegou, nós ficamos muito felizes.
Fazia muito tempo que a gente não tinha um dia bom assim.
As coisas aqui são um pouco paradas e quase nunca recebemos visitas.
É que a gente mora num asilo.
(Mayra Guanaes)
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
AL-SP-RN
![]() |
| Desenho de Diego Soares |
Acho que já te contei essa história, se já tiver pode me interromper viu? Mas é que as coisas nunca foram fáceis por aqui. Nordeste sabe? Demorava pra chover, mas a gente sempre deu um jeito, ou era na caminhada mesmo ou quando me juntei com meus irmãos e os tios e cavamos um poço lá no sítio mesmo. Mas não é da seca que eu quero falar não, até porque parece que vocês vão começar e entender um pouquinho dela. Eu quero é falar de quando fui pra capital.
Não, não São Paulo. Maceió. O sítio ficava lá no interior de Alagoas, e conforme os irmão foram crescendo foram seguindo sua vida. Eu fiquei no sítio mesmo, o Tião continuou em Craíbas mas foi pro centro da cidade, o Zézinho foi tentar a sorte em Brasília mas não deu certo e acabou voltando tem 7 anos, o Geraldo se deu bem lá no Goiás dizem que tem até piscina na casa dele lá, a Zefa, sua mãe, casou e foi pro São Paulo, só sei dela por telefone mesmo, depois que voltei lá da sua casa nunca mais vi ela. Mas aí sobrou a Neide né? Minha pequena casou também, homem bom o Chico, foram morar lá pra Maceió.
Eles tavam lá tinha 3 anos já quando tomei coragem de pegar a van pra ir pra capital… Eles sempre iam me visitar. Teve uma vez até que eles me trocaram a tv! Mas então, quando fui pra lá cheguei e não conseguia entender muito bem o que tava acontecendo, porque não é que eu não tivesse visto rua asfaltada, já tinha visto sim, até pavimentaram a que passa lá na frente do sítio, mas ainda assim aquela rua do sítio ainda era vermelha da terra, e aí juntava com o chão que era um marrom-avermelhado, tem as casas que eram sim coloridas, mas tudo meio desbotado e sempre amarela, branca ou azul, então era tudo um tom vermelho mesmo, o cinza da rua era vermelho, a amarelo das casa, até o azul ficava meio vermelho. Mas quando eu cheguei primeiro lá em Maceió achei tudo cinza, pensei até em como a Zefa aguentava São Paulo, que ela falava que era ainda pior, nessa época você não tinha nascido então eu não conhecia o Sul né? Daí lá em Maceió tinha umas ruas grandes demais, e quanto carro! Nunca tinha visto tanto carro assim! E não vi nenhum cavalo no tempo que fiquei lá, lembro que achei aquilo bem estranho. E o chão, o chão não era vermelho, nem quando era terra batida mesmo, mesmo a terra lá era mais escura um marrom diferente.
Cheguei lá e eles me buscaram de carro, fiquei os primeiros dois dias lá na casa dos seus tios mesmo, porque era dia de semana. Mas quando deu sábado eles me levaram pra Ponta Verde. Menino, quando eu vi aquele mar, aquelas barracas na praia, a quantidade de coco que tinha ali encostado no calçadão, lembro que tava um solzão e ele refletia naquela água verde e brilhava. Meu filho, nunca vi tanta cor e nem tanto sal! Dava pra sentir na boca o gosto quando o vento batia, e o vento batia toda hora, o que era bom porque o calor tava infernal.
Desde que aquele dia eu decidi que ia morar na praia, e trabalhei pra isso. Juntei o dinheiro que o sítio dava com as plantações de fumo, arrendei um pedacinho pro dono do mercadinho plantar uns legumes, trabalhei de pintor, pedreiro, entregador, carpi um monte de sítio que tinha por ali, ficava de caseiro quando o pessoal ia viajar e quando você nasceu sua mãe me chamou pra ajudar lá e me dava um dinheirinho que eu guardei tudo. Até que quando faltava só um pouquinho do dinheiro, vendi meu lote saí da minha Alagoas e vim aqui pra Touros, que é essa beleza que você tá conhecendo.
Agora vê se termina esse almoço e se troca que vou te levar pra ver o Farol.
<Augusto Nessuno>
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Da vida, só
conheço o amargo
Da companhia,
conheço o nada
Do saber, só
conheço o vazio
Do prazer, só
conheço a dor.
Quanta cor e
quanto sal
Quanto sabor,
quanto sofrer
Quanto a mim
e você? Vai saber
Vim sentir o
branco escorrer
Sentir seus
olhos me comerem
Sentir a luz
descer
Sentir viver,
viver, e viver
Com você.
Gabriel Cruz Freitas.
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Tekoha
E eu?
Eu sou indígena, tenho os pés bem fincados na terra.
Minhas raízes se movem e espalham.
Eu sou...
Sou miscigenada da cabeça aos pés.
Cabelo que não decide sua forma...
Cabelos que não possuem forma.
E a pele?
O que me importa da pele é apenas o sentir.
( Bruna Kaiowá)
Eu sou indígena, tenho os pés bem fincados na terra.
Minhas raízes se movem e espalham.
Eu sou...
Sou miscigenada da cabeça aos pés.
Cabelo que não decide sua forma...
Cabelos que não possuem forma.
E a pele?
O que me importa da pele é apenas o sentir.
( Bruna Kaiowá)
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Eu sou brasileiro, minha certidão de nascimento é daqui, cresci aqui…
Mas eu sou africano, especificamente de Moçambique, e eu não sou o único.
Não sou único, dizem que todos somos africanos, e que a África é o berço do mundo, quem não estudou isso? Ahhhh! Como as pessoas falam de mais.
Me trouxeram pra cá - sei lá quando; ia ser vendido - sabe-se lá pra quem. No fim fui crescendo, tive uma sorte na vida, vivi! Depois disso, do que mais precisava?
Falaram que eu precisava de um emprego, precisava de uma posição social, precisava mudar meu pensamento. Falaram que eu precisava embranquecer meu jeito. Falaram que eu não ia durar, que era mais fácil morrer e aceitar. Ahhhh! Como as pessoas falam de mais.
Eu sou uma pessoa, ninguém e alguém, eu não sou brasileiro, muito menos sou africano, eu apenas sou. E você?
Clara Di Lernia
Clara Di Lernia
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Sonho de 'mulata'
Essa noite eu tive um sonho.
Nele eu morria sufocada pelos padrões
Eurocêntricos burgueses que a sociedade me impõem,
Enquanto era esmagada
No navio negreiro sobre trilhos
E violada pelo olhar dos meus senhores de engenho
Por ser uma 'mulata tipo exportação'.
Minha vontade era gritar:
Mulata é o caralho.
Mas quando me dei conta estava atada,
Tive a boca e olhos vendados.
Fui violentada, humilhada e explorada
Por anos e anos,
Até ter meu filho.
No dia 21 de abril
Eu África, dei a luz em uma senzala
Ao meu pequeno Brasil.
Mas não passou de um sonho, não é?!
Nele eu morria sufocada pelos padrões
Eurocêntricos burgueses que a sociedade me impõem,
Enquanto era esmagada
No navio negreiro sobre trilhos
E violada pelo olhar dos meus senhores de engenho
Por ser uma 'mulata tipo exportação'.
Minha vontade era gritar:
Mulata é o caralho.
Mas quando me dei conta estava atada,
Tive a boca e olhos vendados.
Fui violentada, humilhada e explorada
Por anos e anos,
Até ter meu filho.
No dia 21 de abril
Eu África, dei a luz em uma senzala
Ao meu pequeno Brasil.
Mas não passou de um sonho, não é?!
(Victória Sales)
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
...Passou
Passaram-se as horas e eu não fechei os olhos
Não consigo dormir, não consigo sonhar
Passaram-se as horas e eu não virei para os lados
Não consigo ouvir, não consigo desligar
Passaram-se os sonhos...
Passaram-se as festas de aniversário
que eu tanto gostava
passaram-se as aulas da escola
que eu tanto enrolava
passaram-se as primeiras gargalhadas
os primeiros desejos, passaram-se
O que não passa é esse emprego no prédio
(que andar sou eu?)
O que não passa é esse gosto de tédio
(que cidadão sou eu?)
Passo aqui, dois passos..
Outra vez passaram
[queriam, sentiam, fugazes que são]
não vão, não! passaram..
passaram por cima de mim
sem avisar que a tristeza do mundo
é muito maior que o tamanho do mar
passaram por cima de mim
sem perguntar se eu queria fechar
meus olhos.
Passaram-se as horas e eu não consigo acordar
(Paulo A. S. da Silva)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Fiz escalas em bares, estádios, cinemas e motéis
nos últimos dias pois este é o meu trabalho. Sou supervisora
de uma empresa que cuida da limpeza dos lugares, aquela coisa de limpeza
terceirizada. Alguém contrata a empresa, a gente coloca os funcionários nos
estabelecimentos, e vez ou outra, nós da supervisão aparecemos para ver se está
tudo bem, se os funcionários estão seguindo os valores da empresa, se ainda tem
desinfetante, se estão desentupindo os buracos sem soda cáustica e outras
coisas. A gente preza a autonomia porque não podemos ficar em cima dos
funcionários o tempo todo. Pra esse ramo, tem que ser alguém que consegue
trabalhar sozinho.
Por exemplo, tem a Antonia que trabalha muito bem e está
tudo certo sempre quando vou visitá-la. Mas tem também o Walter que dá em cima
das funcionárias com muita freqüência e sempre dá B.O. então já tive que
deslocar o sujeito pelo menos quatro vezes.
Um dia desses eu estava fazendo a supervisão da limpeza de
um bar de ricaço e um cantor estava ensaiando. Da copa dos funcionários ouvi
uma música que falava assim, consegui guardar porque achei bonita e pedi ao meu
marido que comprasse na barraquinha da feira:
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Foi aí que eu lembrei de mim mesma. Eu ajudo na limpeza de
todos esses lugares mas não freqüento nenhum deles fora do meu horário de
serviço. Eu nunca fui convidada a entrar, pois então. Nunca ganhei um ingresso
para o show deste cantor que estava ensaiando, nem pra ir no estádio ver o
coringão, nem pra levar a minha filha no cinema e muito menos para pernoitar
nesses motéis no dia dos namorados ou no meu aniversário de casamento.
E quando lembrei de mim mesma ao ouvir aquela música que o
cantor estava ensaiando, aconteceu igual ao que o cantor dizia. Fiquei meio entristecida
com vontade de beber.
Então fui até o balcão que estava abrindo para o show que
começaria logo mais, pedi uma cerveja no fim daquela tarde e ouvi a música
seguinte sentada no camarote enquanto os funcionários da limpeza do bar
assinavam o ponto deles para que eu levasse para a central.
A música seguinte era bem mais animada e eu fingi que eu era
VIP naquele show.
(Mayra Guanaes)
(Mayra Guanaes)
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Todos os meus dias começam iguais… Ao me levantar me deparo com tudo que deixei partir, sua foto ainda está ao lado do computador, seu livros na estante, apenas seu lado do guarda-roupa está diferente, vazio. Tentei colocar minhas coisas nele, as coisas que você não gostava, minhas bebidas e bermudas, mas simplesmente parecia errado. Desisti da ideia.
Já faz algum tempo desde que me deixou, e remoí sua partida todos os dias. Cinco vezes por dia. Quando acordo é o primeiro momento, quando deixava de te beijar por não termos escovado os dentes; o segundo é no café da manhã e todas as vezes que fiz chacota do seus sapatos que quase nunca combinavam com a calça; a terceira já era no trabalho, depois do almoço, todas as ligações que pensei em fazer e deixava pra lá pois te veria mais tarde; a quarta é no caminho pra casa em que penso todas as vezes que me desviei da rota que me levaria até você e fiz escalas em bares, estádios, cinemas e motéis; e a quinta, a que mais dói, é quando deito e sei que você está melhor sem mim.
Até que você demorou muito tempo pra ir embora, afinal quantas vezes eu realmente estive ali por você? Te usei né? Te usei pra sexo, te usei de terapeuta, reclamei tanto do trabalho que você chegou a falar que segurava as pontas se eu saísse, me ofendi com isso, te ofendi por isso. Somos estúpidos as vezes... Porque será que te considerava menos que meu dinheiro? Lembra quando reclamei dos malditos yakults de fresco que você comprou? Eu estava fora de mim, não foi sua culpa, nunca foi.
Acho que aprendi. Te agradeço por isso. Não me entenda mal, ainda preferia estar com você, na verdade mais ainda agora que percebo que você era minha melhor parte. Irônico né? Eu que me achava tão mais do que você, com meus ternos, minhas viagens, meu gosto por esportes caros. Talvez se eu não tivesse perdido tanto tempo olhando pro meu umbigo veria que era você que me levava pra onde eu era feliz. Eu sinto vontade de te procurar, dizer que quero tentar de novo, que aprendi e que vou melhorar, mas não consigo te olhar nos olhos, você não merece alguém como eu. Eu sei que aprendi e que não farei aquilo tudo de novo, mas pra isso te perdi.
Augusto Nessuno
Se tem moça que clama por amor
e se tem moça que chora, que cora,
que adora
Porque eu deveria ser diferente?
Pois sou diferente.
Amo a dor.
Amo a dor com ardor.
Amo a dor com ardor e fervor,
e amo você.
Desculpo-me pois
Não quis iludir-te assim, mas faz parte: a ferida que me cala é a mesma que berra.
Gabriel Cruz Freitas
e se tem moça que chora, que cora,
que adora
Porque eu deveria ser diferente?
Pois sou diferente.
Amo a dor.
Amo a dor com ardor.
Amo a dor com ardor e fervor,
e amo você.
Desculpo-me pois
Não quis iludir-te assim, mas faz parte: a ferida que me cala é a mesma que berra.
Gabriel Cruz Freitas
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Ainda sem nome.
" Eu repetiria cada palavra que a Joana disse.
E eu? Mais uma Joana.
Conheci o meu Jasão...
Ele era lindo, um cavalheiro.
Era, ele era até nós vivermos a mesma rotina. Acordar, dormir, os roxos, os sexos nojentos de perdão. Como se a culpa dele saísse junto com o suor, com o gozo.
Aos poucos fui conhecendo quem era o meu Jasão.
Não posso negar sua coragem, ele nunca, ouçam bem, nunca colocou a culpa no álcool, um covarde.
Eu permaneci dez anos vivendo ou sobrevivendo como um cachorro fiel. Sabe quando o cão fuça o lixo, tu grita, pensa em bater, mas não bate. Sabe?
Espera a raiva passar, chama o bichinho dá um biscoito , faz carinho e pede desculpa. E ele continua sempre com você.
Só que Jasão batia, queimava...
Até que um dia se cansou, como se ele, o covarde tivesse esse direito.
Eu senti uma porrada no peito, como se me arrancassem o coração com as unhas.
Era uma dor de alívio, porque o meu coração era o único que alimentava alguma esperança.
No lugar dele?
Do coração uma rocha...
De Jasão?
O cigarro." (Bruna Lorenzi)
E eu? Mais uma Joana.
Conheci o meu Jasão...
Ele era lindo, um cavalheiro.
Era, ele era até nós vivermos a mesma rotina. Acordar, dormir, os roxos, os sexos nojentos de perdão. Como se a culpa dele saísse junto com o suor, com o gozo.
Aos poucos fui conhecendo quem era o meu Jasão.
Não posso negar sua coragem, ele nunca, ouçam bem, nunca colocou a culpa no álcool, um covarde.
Eu permaneci dez anos vivendo ou sobrevivendo como um cachorro fiel. Sabe quando o cão fuça o lixo, tu grita, pensa em bater, mas não bate. Sabe?
Espera a raiva passar, chama o bichinho dá um biscoito , faz carinho e pede desculpa. E ele continua sempre com você.
Só que Jasão batia, queimava...
Até que um dia se cansou, como se ele, o covarde tivesse esse direito.
Eu senti uma porrada no peito, como se me arrancassem o coração com as unhas.
Era uma dor de alívio, porque o meu coração era o único que alimentava alguma esperança.
No lugar dele?
Do coração uma rocha...
De Jasão?
O cigarro." (Bruna Lorenzi)
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