sábado, 25 de abril de 2015

Aos meus filhos

Meus amores,

Por vocês me aventuro em versos e prosas, para lhes deixar algo que possa ser útil, sega na pratica ou como um alimento para vossas almas inquietas.

Inicio este escrito dizendo que não tenham medo e caso tenham medo sigam com medo, até que ele desapareça. Não que ter medo seja algo ruim, na verdade ele é muito útil para lembrarmos que somos humanos e temos nossas limitações, mas quando digo para não terem medo, o que quero dizer é para que não temão a luta, ela é dura mas muito necessária. Tenho consciência que até o nascimento de vocês ainda haverá pré-conceito dos quais não poderei protege-los e nem impedir que eles ocorram, mas poderei e irei lhes empoderar! Vocês terão orgulho da sua cor, do cabelo e do nariz, pois eles lhe tornarão quem vocês realmente são e ao se olharem no espelho irão ver tamanha beleza de teus traços.

Não estarei sempre ao lado de vocês, pois além de meus filhos vocês serão do mundo. Não se espantem com isso, pois está em nosso DNA! Possuímos o gene da inquietação e da peregrinação, somos tartarugas, levamos nossa casa nas costas. Nossa casa é o mundo!

Sei que muitas vezes não vou entender o que se passa com vocês e você muitas vezes não vão compreender minha preocupação, as vezes vocês vão querer abraçar o mundo com as pernas (principalmente aos 19 ou 20 anos) enquanto eu só irei querer abraça-los, mas outras vezes vocês vão se preocupar com essa minha eterna mania de abraçar o mundo com o coração. Concluo que não serei a melhor mãe do mundo, mas serei a melhor que puder para dar o mundo pra vocês.

Não vou pedir para que vocês tomem para si as minhas lutas e militâncias, mas não as ignorem, a opressão do outro um dia pode ser a sua de alguma forma, mas mesmo que não seja, não ignore. Por mais que existam pessoas escrotas não deixem a fé no outro se esvair pelos dedos, doe-se, pois mesmo que o outro não retribua o universo irá. Ele lhe dará asas para voar e fazer da tua casa o universo.

Por mais que eu chore com a distância não parem, pois lhes ver voando me faz voar também. E saibam, mesmo longe estarei como vocês!

Beijos
Mãe (ou mães)



(Victória Sales)