terça-feira, 28 de abril de 2015

Todo amor que houver nessa vida

Po, finalmente entendi o Caetano sabe? "Quero a sorte de um amor tranquilo, com saber de fruta mordida..."? Que me desculpem os vorazes e os das paixões avassaladores, mas o amor para mim é lento, ele não aparece do nada e te joga na cama, isso é gripe, o amor vai crescendo conforme o outro vai se infiltrando nas brechas das nossas vidas. Talvez por pensar assim tenha amado tão pouco até hoje, acho que se cansaram de mim antes mesmo de eu ter tido tempo de amar... Mas não ligo muito não, quem amei vai ser amado para sempre e se alguém me amou acho que tenho que pedir desculpas, mas tá tudo bem também...

Até tenho inveja das pessoas que se entregam perdidamente no primeiro mês, constroem planos no segundo, vivem a lua de mel no terceiro e sofrem ao longo dos quartos e quintos o desamor, acho tão bonito o estar envolvido que queria mais, só não consigo. Mas ao mesmo tempo eu não trocaria esse arroubo de sentimento pela constância das manhãs compartilhadas, do acordar com cheiro de café, da novela fazendo cafuné, do beijo com dentes desescovados e da dor de cabeça das contas, do suco espremido para ressaca. Nada me tira da cabeça que a real beleza do amor não está no inesperado ou nas loucuras que fazemos, a beleza está na poesia do dia a dia, na ternura da rotina...

Pera, que? Essa música não é do Caetano? Do Cazuza?!?! Porra, então não entendi nada!


Augusto Nessuno