Ainda sem nome.
" Eu repetiria cada palavra que a Joana disse.
E eu? Mais uma Joana.
Conheci o meu Jasão...
Ele era lindo, um cavalheiro.
Era, ele era até nós vivermos a mesma rotina. Acordar, dormir, os roxos, os sexos nojentos de perdão. Como se a culpa dele saísse junto com o suor, com o gozo.
Aos poucos fui conhecendo quem era o meu Jasão.
Não posso negar sua coragem, ele nunca, ouçam bem, nunca colocou a culpa no álcool, um covarde.
Eu permaneci dez anos vivendo ou sobrevivendo como um cachorro fiel. Sabe quando o cão fuça o lixo, tu grita, pensa em bater, mas não bate. Sabe?
Espera a raiva passar, chama o bichinho dá um biscoito , faz carinho e pede desculpa. E ele continua sempre com você.
Só que Jasão batia, queimava...
Até que um dia se cansou, como se ele, o covarde tivesse esse direito.
Eu senti uma porrada no peito, como se me arrancassem o coração com as unhas.
Era uma dor de alívio, porque o meu coração era o único que alimentava alguma esperança.
No lugar dele?
Do coração uma rocha...
De Jasão?
O cigarro."
(Bruna Lorenzi)
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