quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ex-futuro-robô (salvo por amor)


Meu corpo já estava entregue
- Podem me tirar os braços, as pernas e o coração!
era o que eu exclamava
- Humanidade pra quê? eu questionava
Vou ali no futuro mesmo;
transcender, deixar de ser
E agora, Platão?
É no mundo das ideias que quero viver...
Corpo pra quê? não quero morrer
eu insisto, só quero transcender
Desisto! mas preciso dizer
que se não fosse por você
eu não saberia mais o que fazer
é tão clichê mas quem poderia me salvar que não ele, o amor
Meu amor veio rodopiante, de sorriso largo e contagiante
Cabelo armado e braços soltos
veio da terra (e desta Terra)
E me levou pra tribo, com direito a tudo
flores, sorrisos e fumaça...
Me arrancou os fios elétricos e
me preencheu todos os poros dessa carne
que não mais queria continuar a existir
Sem amarras, fluindo...sem nome, sem destino
Me preparando para quando ele for embora eu continuar
Ganhei mais um elemento, eu que era todo do ar
do mar, agora também sei que mesmo sem nomear
também posso amar, a terra toda!

(Paulo A. S. da Silva)