domingo, 31 de maio de 2015

Vou

Pai e mãe, irmã, amigos e ele - Desculpem-me, mas preciso ir. Não foi por falta de amor, atenção, carinho ou cuidado - talvez tenha sido por tanto que aprendi a olhar o mundo com outros olhos. Dessa vez é chegada a hora de não só olhar, mas, sim, entrar. Me despedirei dos chefes e parentes, arrumarei a mochila e um caderno para criar pelo caminho. É chegada a hora! Preciso ir. E vou.



Mariana Cortez

quarta-feira, 27 de maio de 2015

CARBONÍACO

Eu, filho de Lúcifer, não aceito viver em terra de satã
Nós diabos (do outro lado da atmosfera)
gritamos a deus: “é proibido nascer!”


Aqui onde eu vivo a calçada é estreita
prédios cada vez mais altos, cidade sem horizonte
expulsos da tribo querem-nos em asfalto

ocupando fábricas e quem não é mão
é mente,
iludem os jovens com carreiras

[você é pesquisador, administrador ou artista?]

Projeto autônomo (?) só pra distrair a própria existência

estamos presos ao próprio sistema;

criamos máquinas para nos criar


E tudo isso pra que?
Pra nos livrar dos ataques dos leões?
[... jacarés, elefantes e mosquitos?]

Será?
E agora?
Quanto tempo espero?
O que você sente?

Que centelha é essa?

Não é Pã, nem Oxalá, se tudo é feito de átomo
e átomo é feito de energia

pois bem, meus humanos;

...deixe ser a luz da manhã


(Paulo Afonso S. da Silva)

terça-feira, 26 de maio de 2015

Centelha

Olhamos para os lados e fingimos que nada sentimos ao nos tocar com nossos olhos. Existe algo, uma centelha, um sentimento, que é estranho demais para ser explorado e dá medo. Será?


Olharmos para nós mesmos e nos perguntamos o que está acontecendo. Nós não nos conhecemos de fato, porque mesmo nossos sentimentos às vezes são completos estranhos. E agora?


No meio de tanta coisa, eu apenas olho para você e me entrego. Me entrego ao desejo de avançar um pouco mais e ousar um pouco, até você se entregar para mim. Quanto tempo espero?

Eu não quero nada que você também não queira. Se for pedir demais, eu me escondo, finjo que nada aconteceu. O verdadeiro sentimento sobrevive até platônicamente, mas agora diga: O que você sente?

By Vitor Murano

sexta-feira, 22 de maio de 2015

P-M

Porque pedes palavras
se só de sentimentos sou
Tento teu torpor todo o tempo
mas minguo às mazelas (a)morosas



Nessuno

quinta-feira, 21 de maio de 2015

foi tudo um prazer

irei guardar as esperanças

seguir sem medo

quarta-feira, 20 de maio de 2015

N O V O

Na terra do santo oco
só tenho os trocados do bolso
Não quero mato vazio
nem a cidade dos muitos mil
Foi tudo um prazer! Mas;
irei guardar as esperanças,
embrulhar os desejos

seguir sem medo...Já era hora,
meia noite, descobri a minha
Marla Singer,
habitava em mim, em dois pedaços; 
fui ao chão...
e lá vou ficar
Revolucionei a mim mesmo; 
larguei tudo!


(Paulo Afonso S. da Silva)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Carpe Noctem

Se eu olho para a beleza da madrugada enquanto estou sozinho em casa, sinto melancolia. Melancolia porque esse é meu período preferido do dia. Porque é na madrugada em que a vida mais acontece, em que temos nossas melhores horas. É a madrugada também que nos abraça quando estamos tristes e precisamos chorar sozinhos. Não importa se estamos sozinhos, com uma companhia, ou cercados de amigos: quando abrimos mãos das horas de sono para nos aventurarmos fora de casa, destravarmos nossa criatividade ou até mesmo nos entregarmos de corpo e alma para alguém, dificilmente nos arrependemos, porque até nos piores erros da vida há uma lição preciosa a ser aprendida.


Muitos me questionariam, dizendo que a vida acontece durante o dia, quando construímos nossa carreira, estudamos e convivemos com as pessoas de verdade, mas pensem bem: não é nesse momento em que nós mais nos mascaramos e nos misturamos à sociedade? Alex DeLarge não mostrava sua verdadeira face durante o dia, mas sim quando se juntava à seus druguis e provocava a ultraviolência nas ruas, assim como Tyler Durden quando cria seu Clube da Luta: as pessoas encontram as mais variadas formas de aliviar a pressão do seu dia-a-dia nas madrugadas.


Seja nas festas, na violência, nas drogas ou no sexo. Na madrugada, as pessoas são livres.


Claro que não estou falando da madrugada das cidades grandes opressoras, dos crimes (exceto pelo meu exemplo de Laranja Mecânica, meu amor por essa obra justifica o exemplo mal-colocado), e sim da madrugada libertadora, em que as pessoas se libertam das amarras da sociedade para serem felizes. Aproveitem a madrugada, porque foi nela em que eu aprendi a dançar, a sorrir, a (me) amar.

Carpe Noctem.

By Vitor Murano

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Minha dança é morta e as minhas pernas já não aguentam o solo

Irei enforcar o DJ.

Nesta festa da vida humana.

Sim, se o som está ruim e não consigo brilhar na pista a culpa é do DJ.

Hoje eu vim para a festa, fiquei diva. Tomei banho, lavei o cabelo, passei perfume, fiz um make que vi na revista, coloquei a minha melhor roupa, a minha roupa de seduzir, a minha roupa de matar. Separei o dinheiro que guardei durante a semana e hoje vou beber e dançar, vou brilhar, vou arrasar.

Eu confirmei o evento no face, compartilhei o flyer da festa com hashtag, tenho nome na lista. Consegui um desconto.

Chego no bar sozinha e observo o ambiente. Está tocando alguma coisa pra esquentar, uma daquelas bandas mais ou menos que não é boa nem ruim, legal nem chata e o vocalista não é feio nem bonito. Você sabe.

Me sinto sozinha e pego uma cerveja. Encosto no balcão com a minha latinha e pareço menos tensa. Fico sentada neste banquinho redondo por bastante tempo.

Fico na expectativa de tocar uma música contagiante que me faça levantar e dançar.

E isso não acontece. Por isso largarei tudo, porque a música que nos orienta, não me representa.

E essa era só mais uma festa da vida humana. Porque parece que a vida é essa espera por algo que nos faça levantar para dançar.

(Mayra Guanaes)

quarta-feira, 13 de maio de 2015

NÓ DE VERSOS_ESTROFE DA VIDA

Em breve largarei tudo Tudo que eu penso ter Tudo que eu achei poder ser Minha dança é morta e as minhas pernas já não aguentam o solo
Deixarei todas as coisas Coisas que eu quis colherCoisas que eu tentei fazer
Em breve nada mais será escritoMeu diário estará morto
Em breve não terei encontros    Irei enforcar o DJ
Este é meu pânico oitentista
Nesta festa da vida humana
a música que nos orienta
não me representa
Em breve sentirei da vidacoisas sem esperanças alado e cansado estarei perdido na rota, Na rotina de muitosque já nasceram assimPor breve entendo a vidaexalto minha despedida
  Bye, bye, bobão! O que é o mundo então?
Descobrirei sem dó de mim
Porque evitei ser marginal mas não tem outra razãoNeste canal o sinal é real
me vou por que em breve minha vida será assim, uma estrofe sofrida.
um nó só
!
!
!

-pauloafonsosanchesdasilva











terça-feira, 12 de maio de 2015

Querido Diário,

ontem foi um dia bem estranho para mim, fiz algumas coisas que não costumo fazer e talvez não devesse ter feito. Bom, começando... Acordei cedo, mas não cedo o suficiente, tomei meu banho, me arrumei e saí correndo de casa. Cheguei tarde no trabalho, sorte que minha chefe não percebeu os quinze minutos. O dia foi complicado, tive que resolver vários pepinos que sequer eram meus!!! Mas tudo bem, eles pagam bem mesmo é para essas coisas.
            Na hora de ir embora, tomei um café e saí correndo para faculdade para ver a aula daquele professor babaca. O pior é que não posso nem tomar mais falta se não ele vai me reter. Mas tudo bem, fui pra faculdade. O circular estava lotado, mas nem reparei muito nas pessoas pois estava lendo meu livro. Consegui chegar a tempo de passar no bandeijão, procurei o pessoal na fila mas não achei ninguém. Tinha strogonoff de frango. Adoro!! Depois fui para aula, sentei no fundo com a Dani e ficamos conversando quase a aula toda. No final ela me chamou para ir na festa que teria na Arquitetura, não queria ir, mas ela estava tão afim que acabei aceitando para fazer companhia.

Chegamos lá e a música não estava muito boa na verdade, estava tocando uns raps que eu não gosto muito, mas depois começou o pop e o funk. Bom, mas logo no começo a gente já começou a beber, tinha dois caras lá vendendo uma cerveja artesanal que estava bem gostosa, e que subia bem rápido. Quando já estávamos em outro planeta, a Dani me cutucou e mostrou uma rodinha de cinco pessoas que estavam olhando pra gente e rindo, eram três meninas, uma delas maravilhosa e dois garotos, bem perfil da sociais sabe? Fingimos que não vimos e continuamos dançando, daí uma das meninas chegou e convidou a gente para ir para a roda em que ela estava, eu não queria, mas a Dani foi na frente e eu segui atrás, chegamos lá e ficamos conversando com todo mundo. Não sei muito bem como tudo aconteceu, mas acabamos indo todos para a casa de uma das meninas, que ficava bem ali perto.
            Chegando lá, continuamos bebendo bastante e em algum momento aquilo virou uma pegação geral. Só consegui ouvir alguém sugerindo que fossemos para o quarto com a luz apagada. No quarto ninguém sabia quem era quem e todos se beijaram, só sei que terminou todo mundo sem camisa e com marcas de chupões e mordidas...
            Difícil mesmo foi para vir para o trabalho hoje, sorte que consegui passar em casa e trocar de roupa, porque com a cara que estou e a roupa de ontem iam ficar falando de mim aqui até o fim do contrato.

            Sei lá, foi isso Diário... O pior é que acabei não pegando o telefone de ninguém da festa. Até amanhã!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Importante da Vida é Gozar.

Eu passei a vida tendo medo do que as outras pessoas iam pensar de mim. Quantas vezes preferi me esconder para não precisar me expor ao estresse de conhecer gente nova, chorei por estar sozinho? Quantas vezes errei, me afobei e assustei as pessoas ao meu redor, por não saber lidar com meus próprios medos? É difícil fazer as outras pessoas gostarem de você, quando você mesmo não consegue fazer isso. É impossível viver sem amor-próprio, porque é como se estivessemos presos a quem mais odiamos, se irritando com cada mania, cada palavra, frase e criando certezas estúpidas sobre nós mesmos. Além disso, esse tipo de coisa só se aprende sozinho, e problemas sociais e sentimentais só pioram a cada dia em que os ignoramos. Um adolescente amedrontado é normal, mas um adulto amedrontado está destinado a ter muitas dificuldades desnecessárias só por seu medo.

Eu aprendi a gostar de mim mesmo muito tarde. Com 22 anos, já havia perdido muitas oportunidades, festas, até mesmo amores por não saber confiar em mim mesmo. Com 22 anos, eu já queria definir que tipo de pessoa eu era de acordo com o que as outras pessoas diziam que gostavam em mim, mas quando eu me perguntei que tipo de pessoa eu queria ser? Fiz três anos de uma faculdade que eu escolhi com 18 anos por ser “algo bem perto do que eu queria na vida”, e mesmo quando percebi que aquilo não era para mim, insisti para não parecer um covarde na frente da minha família. Até mesmo nos meus namoros e no sexo que eu fazia, queria sempre parecer mais seguro e demonstrar um conhecimento do meu corpo que eu não tinha.

Foram necessários anos de terapia e até remédio para resolver esse problema. Além de um relacionamento abusivo às avessas, em que, diferente de tudo que já se viu, é o homem que sofre com uma companheira ausente, interesseira, que se aproveita e mente. Foi só depois de um ano inteiro de conflitos, que a  para mudar a própria vida surgir. Até eu decidir que a vida é uma festa, e se tivermos medo de dançar errado, nunca aproveitaremos a chance que temos de aprender. Não podemos nos acovardar de gostar de coisas que as pessoas ao nosso redor não gostam, nem de fazer aquilo que dizem que é loucura, que é errado ou até vexatório. Não é porque alguém tem vergonha de pular feito maluco na festa, que você tem que ter também.


Um conselho para sua vida: Se divirta. Nada é vergonhoso enquanto você está se divertindo. Agora, se alguém achar que o que você está fazendo é vergonhoso, é porque ela tem medo, ou acha que existe uma maneira certa de se divertir. Essas pessoas a gente ignora, porque são as que já estão seguindo um modelo engessado de vida sem nem mesmo perceber. Aproveite a vida sem medo, beije quem você acha bonito, transe com quem você tem desejo, goze e faça gozar. Dance e se deixe levar até de manhã, porque é só isso que importa. Você é x melhor amigx que você pode ter, então se ame, seja você quem for e não o que as pessoas querem que você seja.

E não se esqueça: Goze a vida, porque é isso que importa. Gozar.

By Vitor Murano (feito às pressas e sem revisão. Desculpem)

domingo, 10 de maio de 2015

De dentro pra fora

Depois de tanto tomar, é chegada a hora em que aprendemos a filtrar aquilo que devemos ou não beber. O que vale mais a pena? Ficar parado por medo ou arriscar e ter a chance de se surpreender? Quanto já não ouvi por querer diferente... Chega a ser ridículo o modo que nos acostumamos a ser julgados. É hora, é dia, é ano... Nada muda a não ser o nosso eu. As pessoas continuam falando, criticando, perguntando, se importando. O que é que há comigo, hein?! Se nós dois gostássemos do azul, o amarelo não teria a oportunidade de existir, muito menos de ser apreciado, e sobraria menos cor pra gente se colorir. Deixa estar! Deixa que dos caminhos doidos que eu traço mentalmente eu entendo, deixa que dos amores platônicos e daqueles aparentemente impossíveis eu cuido, deixa que eu seja aquilo que eu queira ser - ainda que não saiba exatamente, creio que um dia a gente esbarrará na nossa essência e daremos conta de que é ela. Igual ímã, sabe?! Aprendi a deixar os outros, e de tanto ir deixando eles com eles mesmos, de tanto deixar passar, sobrou eu. E agora eu não posso me preocupar em ser qualquer outra pessoa a não ser eu mesma, afinal, se eu me deixar passar, quem realizará meus sonhos e desejos? Quem beijará meus amores e andará pelas ruas de São Paulo com tanta paixão no peito? Sim, ninguém irá, porque um dia todos aprenderão a importância de deixar ir e, com isso, finalmente se encontrarão, aí não restará tempo para cuidar de ser o outro. Me arrisco diariamente e ainda que muitas vezes seja surpreendida de forma negativa, nada me pesa mais quanto o pensamento de não ter tentado.

Se eu tiver medo da vida, vou ter coragem do que? 


(Mariana Cortez)

sábado, 9 de maio de 2015

Bicho homem

Quando eu nasci minha mãe me abençoou
Com lindas asas para que eu fosse livre.
Durante um desses voos eu cai
Tão rápido, em uma queda tão violenta 
Que me sento feliz por estar viva,
Mas quando dei por mim haviam cortados minas asas.

O bicho homem quando me viu 
Não compreendeu minha natureza livre,
Me julgou e me condenou por ser diferente.
Naquele momento vi o poder da intolerância.
O bicho homem abominava tudo que 
Não se encaixava ao seus padrões.
O bicho homem era cruel.

Depois de muito penar
Eu me encaixei no padrão do bicho homem,
Já que sem asas não conseguiria fazer o caminho de volta.
Ao me encaixar nos estranhos e destorcidos
Padrões de beleza, amor, felicidade e vida
Do bicho homem, de tão vazia que me tornei
Comecei a definhar.
Acabei por me tornar um bicho homem.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Crescer e sobreviver

Hoje as minhas costas coçaram e ao colocar uma das mãos para trás senti um fiozinho em relevo. Era uma estria num lugar muito estranho, o qual nunca dei atenção. Mas voltar para a calça 42 tem um preço e voltei a me concentrar na louça que estava esperando água desde domingo. E divagando pensei que houve um tempo em que as estrias me preocupavam e ao ter que esfregar uma panela com parte de um omelete grudado, pensei que naquela época lavar toda a louça não era a minha obrigação e devia ser por isso - por não ter grandes preocupações - que as estrias me deixavam preocupada.
Mas não era só isso. Eu era aquela menina do colégio que era zoada porque tinha estrias. Oras, todo mundo tem estrias vocês irão me dizer, mas acreditem, os meninos pegavam pesado comigo.
O uniforme convencionalmente usado nos dias de calor era uma calça apertada que descia até o joelho e terminava na panturrilha. E lá na panturrilha era o lugar em que as minhas estrias moravam e elas estavam ali e eu convivia com elas.
Um dia eu cheguei pra aula depois do intervalo e sentei no meu lugar. Olhei pra frente e estava escrito na lousa, bem grande: ESTRIA.
E eu tive certeza que era comigo a provocação porque eu era constantemente zoada por causa disso.
Hoje enquanto eu acabava de exaguar a panela que eu estava lavando tentei lembrar o que aconteceu depois.
Eu fiquei puta, ofendida e me senti exposta, tão exposta mas tão exposta que eu nem reclamei para não me expôr mais. Não lembro se eu ignorei e fingi que não era comigo ou se apaguei o que estava escrito e esperei pra ver se o cuzão tinha coragem de escrever de novo. Pensando em como sou hoje estas duas saídas seriam plausíveis mas acho que não apelei para o óbvio que seria encaminhar isso para a direção do colégio porque nesta época o buylling era uma coisa muito naturalizada e sempre quando reclamávamos de alguma coisa, a orientação era para que a gente ignorasse, como muitas pessoas dizem, aliás, para fazermos quando algo nos incomoda, o que me faz pensar que a escola reproduz inúmeros aspectos da sociedade inclusive no que toca às opressões.
Depois deste episódio na 8ªsérie, eu passei a usar apenas calças largas de tactel que não mostrassem nenhuma estria e escondessem as minhas curvas, inclusive nos dias de calor, nesses eu dobrava a calça até o fim da panturrilha e ficava horrível. Fiquei nessa vida até o fim da escola. Me sentindo uma pessoa muito ruim e zoada. Eu não era ninguém, eu era só.
Muito tempo depois, tomei coragem e passei a usar os vários vestidos legais que eu havia ganhado de um amigo muito querido e ao perceber os olhares dos caras de 30 que frequentavam os mesmos lugares que eu, saquei que até que eu não era tão zoada assim e que o problema não estava nas estrias que apareciam depois da barra dos vestidos e sim nesses julgamentos escrotos que algumas pessoas fazem. Nessa história de querer falar do corpo da outra pessoa e faze-la se sentir mal por uma ou outra característica. Nessa história de cuidar mais do corpo do outro do que da própria vida. Os meninos pegavam pesado comigo porque a sociedade pega pesado todo o tempo, me arrisco a dizer, numa certa medida, com todo mundo. E o único jeito para lidar com isso é crescer e sobreviver, continuar caminhando, apesar das inúmeras condições adversas que aparecem no tabuleiro do jogo da vida

(Mayra Guanaes)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

SEMENTE SÓ

Sou só mas sou pomar
sou a árvore original
dei frutos proibidos
e meu veneno ainda rende
mas só mata lagarta da europa

sinceros quesitos chegam à beira mar
ME RECUSO no porto deixar
entrar, que entrem bem pra lá
na minha tribo não vão dogmatizar

pois noutra vida fui fugitiva
vagava só no centro da cidade
longe mar;

fomos vencidos, tristeza solar
o dia era trabalhar, nos atrapalhar
a noite era descansar, nos amortecer
pois ninguém vê que isso não é vencer

QUEM FOI QUE TE PARIU
dia-a-dia do nascer,
crescer e sobreviver;
se não me lê não vai entender
o que não viu

pois quem nunca partiu
nenhuma onda sentiu
semente ao mar é o que sou
melhor então;

não sou ninguém,
sou só e o mar


(Paulo Afonso S. da Silva)

terça-feira, 5 de maio de 2015

Solidão

De todos os planos o que restou? Nós tentamos fazer nosso amor durar, tentamos fazer dar certo mais de uma vez, mas algumas coisas parecem não ser... A realidade é mais dura que o sonho, e nós fizemos tudo para sabotar o casal ideal que poderíamos ter sido, se fomos feitos um para o outro lutamos ao máximo para não ser para sempre.
Hoje em dia a pior parte é voltar para casa, quando percebo que não há nada para ser feito, nada para contar e ninguém para encontrar... Nunca fui de chorar mas nesses dias tenho me sentido rasgado. Chego em casa e a saída é sempre a mesma: abro a porta, busco o copo, pego três pedras de gelo e qualquer coisa que possa me amortecer. O sofá me abraça, a TV me guia... o chão me espera.



Nessuno

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Platonismo saudável.

Moça de belo rosto, quem é você? De onde você tira esse sorriso que clareia paisagens, esses olhos puros, que nos trazem à superfície da felicidade, e nos limpa de qualquer tristeza, energia negativa? De onde você tirou essa expressão suave, esse andar que mais parece um flutuar, essa leveza toda no seu ser?


Moça de rosas nas mãos, como será sua voz? Será possível que de lábios tão bonitos, rosados, de uma cor tão suave e natural, possa sair uma voz que não seja menos leve e melodiosa do que o resto de todo o seu ser?


Moça de feições leves e delicadas, sua beleza não é feita da opinião dos outros. Você é bela pelo simples. Sua beleza vem de seus olhos, grandes e profundos, de seus lábios finos. O seu rosto está marcado pelas risadas, lhe dando um sorriso natural. Um sorriso que me faz ter vontade de sorrir. Um sorriso que me deixa sempre feliz.


Você é mais do que uma moça com um belo rosto, mãos de tão róseas e delicadas, que as compararia com flores. Você vai além do que nós conhecemos por beleza, porque a sua beleza é única, e unicamente sua. Com você, não quero estereótipos, nem padrões. Eu só quero você, e nada mais.


Estar com você me traz felicidade. Sua companhia, o calor do seu corpo protegem qualquer um de ser machucado pelo mundo exterior. Moça da beleza única, sinto falta dos dias que eu passei com você, em meu amor platônico, e que me ajudou a enfrentar o dia mais escuros da minha vida.


Não existe algo como “mulher perfeita”, claro que essa expressão é machista e envolve apenas “perfeições” sexuais. Mas você, moça que me alegra todos os dias, é a mulher perfeita para mim. É quem hoje em dia me faz tanta falta, e que me dá vontade de ir atrás de você, mas eu tenho medo do meu amor platônico se torne realidade, por isso, fico observando só de longe, te admirando, te desejando o melhor na sua vida sempre.

Te amando.

By Vitor Murano

domingo, 3 de maio de 2015

Deu choque

Tocou na minha mão e segurou como se não pudesse deixar-me ir. E não podia! Olhou nos meus olhos e em silêncio prometeu um milhão de coisas das quais já nem me lembro mais. Encostou os lábios nos meus... Deu choque. Selou a noite com os nossos narizes colados e os corações entrelaçados. Quem viu sentiu, e até quem não reparou com certeza depois notou que a Lua brilhou mais forte. É charme, vontade, desejo, carinho, cor e melodia. Amor? Quem sabe...



(Mariana Cortez)

sábado, 2 de maio de 2015

Sobre o flerte ou algo do tipo

Sempre fui dessa que vê poesia em tudo,
Principalmente no amor.
Ao meu ver o que faz o amor brotar,
É o flerte!
Olhares que se cruzam e desviam,
Sorriso sem graça,
Músicas e frases sem nexo
Que começam a fazer sentido.

É o flerte o responsável pelo amor!
É ele que diz pra onde vão as coisas
E se vão de fato.

Mas o flerte não deve ser todo premeditado,
dever ser fruto do acaso.
Acaso este que cruzou nossos olhares,
Entrelaçou nossos dedos e nossos corpos.
Até quando?
Deixo essa resposta para o mesmo destino
Aquele que nos uniu.


(Victória Sales)