domingo, 10 de maio de 2015

De dentro pra fora

Depois de tanto tomar, é chegada a hora em que aprendemos a filtrar aquilo que devemos ou não beber. O que vale mais a pena? Ficar parado por medo ou arriscar e ter a chance de se surpreender? Quanto já não ouvi por querer diferente... Chega a ser ridículo o modo que nos acostumamos a ser julgados. É hora, é dia, é ano... Nada muda a não ser o nosso eu. As pessoas continuam falando, criticando, perguntando, se importando. O que é que há comigo, hein?! Se nós dois gostássemos do azul, o amarelo não teria a oportunidade de existir, muito menos de ser apreciado, e sobraria menos cor pra gente se colorir. Deixa estar! Deixa que dos caminhos doidos que eu traço mentalmente eu entendo, deixa que dos amores platônicos e daqueles aparentemente impossíveis eu cuido, deixa que eu seja aquilo que eu queira ser - ainda que não saiba exatamente, creio que um dia a gente esbarrará na nossa essência e daremos conta de que é ela. Igual ímã, sabe?! Aprendi a deixar os outros, e de tanto ir deixando eles com eles mesmos, de tanto deixar passar, sobrou eu. E agora eu não posso me preocupar em ser qualquer outra pessoa a não ser eu mesma, afinal, se eu me deixar passar, quem realizará meus sonhos e desejos? Quem beijará meus amores e andará pelas ruas de São Paulo com tanta paixão no peito? Sim, ninguém irá, porque um dia todos aprenderão a importância de deixar ir e, com isso, finalmente se encontrarão, aí não restará tempo para cuidar de ser o outro. Me arrisco diariamente e ainda que muitas vezes seja surpreendida de forma negativa, nada me pesa mais quanto o pensamento de não ter tentado.

Se eu tiver medo da vida, vou ter coragem do que? 


(Mariana Cortez)

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