quarta-feira, 6 de maio de 2015

SEMENTE SÓ

Sou só mas sou pomar
sou a árvore original
dei frutos proibidos
e meu veneno ainda rende
mas só mata lagarta da europa

sinceros quesitos chegam à beira mar
ME RECUSO no porto deixar
entrar, que entrem bem pra lá
na minha tribo não vão dogmatizar

pois noutra vida fui fugitiva
vagava só no centro da cidade
longe mar;

fomos vencidos, tristeza solar
o dia era trabalhar, nos atrapalhar
a noite era descansar, nos amortecer
pois ninguém vê que isso não é vencer

QUEM FOI QUE TE PARIU
dia-a-dia do nascer,
crescer e sobreviver;
se não me lê não vai entender
o que não viu

pois quem nunca partiu
nenhuma onda sentiu
semente ao mar é o que sou
melhor então;

não sou ninguém,
sou só e o mar


(Paulo Afonso S. da Silva)

Nenhum comentário:

Postar um comentário