Irei enforcar o DJ.
Nesta festa da vida humana.
Sim, se o som está ruim e não consigo brilhar na pista a culpa é do DJ.
Hoje eu vim para a festa, fiquei diva. Tomei banho, lavei o cabelo, passei perfume, fiz um make que vi na revista, coloquei a minha melhor roupa, a minha roupa de seduzir, a minha roupa de matar. Separei o dinheiro que guardei durante a semana e hoje vou beber e dançar, vou brilhar, vou arrasar.
Eu confirmei o evento no face, compartilhei o flyer da festa com hashtag, tenho nome na lista. Consegui um desconto.
Chego no bar sozinha e observo o ambiente. Está tocando alguma coisa pra esquentar, uma daquelas bandas mais ou menos que não é boa nem ruim, legal nem chata e o vocalista não é feio nem bonito. Você sabe.
Me sinto sozinha e pego uma cerveja. Encosto no balcão com a minha latinha e pareço menos tensa. Fico sentada neste banquinho redondo por bastante tempo.
Fico na expectativa de tocar uma música contagiante que me faça levantar e dançar.
E isso não acontece. Por isso largarei tudo, porque a música que nos orienta, não me representa.
E essa era só mais uma festa da vida humana. Porque parece que a vida é essa espera por algo que nos faça levantar para dançar.
(Mayra Guanaes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário