sexta-feira, 12 de junho de 2015

Sarau das Artes

Não consigo aceitar o tempo. Acho que é porque não entendo términos, e é isso que o tempo faz, termina com coisas... e pessoas. Minha vida hoje não é a mesma de cinco anos atrás, nem de dois, sequer de oito meses.

Imagine então minha avó, ou a sua no caso. Estive hoje em um sarau onde só haviam pessoas idosas, foi lindíssimo, e triste. Uma ode a um tempo que não é mais, uma volta a algo que jamais irá retornar. Ouvi Roberto Carlos e música Italiana, ouvi Brasileirinho e vi senhoras dançando ao som de um samba que não era. Vi e senti significado em cada uma dessas ações, era palpável.

E acima de tudo ouvi lamentos de amores que não foram, ou ainda pior, que já foram. Um amor doído sim, mas com resiliência, com compreensão e aceitação. É simples e simplista nos desfazermos de nossos anciões, mas se os juntarmos e formos capazes de apenas observar, sem julgar ou interferir de lá tiraremos lições para toda uma falange das nossas maiores dores.



Adriano Leonel

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