segunda-feira, 6 de abril de 2015

Uma nova paixão.

Ela acordou e viu o amor ao seu lado. O sol ainda estava nascendo em uma manhã fria e branca. A cama desarrumada, lençóis no chão, a lembrança de uma noite descrita em uma única palavra: feliz. Os sorrisos lançados foram incontáveis, a felicidade de estar finalmente com sua pessoa preferida no mundo inteiro não cabia dentro dela mesma. Se levantou e andou até o banheiro. Lavou o rosto, olhou no espelho e se viu mais linda do que nunca. Era a pessoa que queria ser desde sempre.

Era a mulher que queria ter desde sempre.

Em seu olhar, a delicadeza de alguém sem preocupações. As rugas de nervosismo que a vida lhe dera haviam sumido e as olheiras não existiam mais. As estrias no corpo não a incomodavam, nem as celulites. Ela se sentia linda e se aceitava por quem ela era. Com o dia, nascia uma nova mulher, que finalmente havia conseguido olhar para si mesma e não ver a mulher gorda que sempre disseram que ela era. Via agora um corpo lindo, um rosto alegre, as opiniões externas opressoras e machistas não importavam mais.

Ela estava feliz e se amava.

Nas suas curvas lindas e únicas, via sua sensualidade. Era uma sensação nova e era como se apaixonar, mas por si mesma. Não parava de sorrir. Olhava para a cama e se lembrava do que aconteceu, olhava para o amor dela que ficou deitado, em paz na cama. O beijou na testa e foi tomar um banho. Nele, reparava em cada detalhe nela mesma que ainda nunca havia valorizado. Se limpava e se descobria ao mesmo tempo.

Não tinha mais vergonha de andar nua, reconhecia e amava cada imperfeição do seu corpo. Era uma nova pessoa agora. Sabia disso. Via a prova disso no sorriso de seu rosto, que era lindo e espontâneo.
Saiu do banho e viu seu amor acordando. O corpo nu exibia curvas lindas e únicas, um sorriso inigualável. Se entreolharam por alguns momentos, se amando intensamente naquele gesto estático. Se aproximaram em passos lentos e calmos, com os pés descalços sentindo a transição do chão de madeira do quarto para o ladrilho do banheiro. A respiração era sincronizada, em uníssono e aumentava conforme os corpos começaram a se encostar e se sentir. Quando se encontraram, se beijaram intensamente.

O amor dela era ela mesma. A nova, maior e eterna paixão da vida dela.

By Vitor Murano

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