Achei já ter visto aquele filme.
Um flerte, um beijo e versos soltos na mesa do bar.
Eu realmente achei já ter visto aquele filme,
Por isso achei já saber o fim daquela história.
Todo filme de amor era sempre igual,
Todos os meus filmes de amor eram iguais.
A mocinha se encanta,
Se deixa dominar por uma paixão utópica,
Se entrega, se joga de cabeça
Em uma relação fadada ao fracasso,
Em uma piscina vazia.
Eu tinha medo da sensação de já ter visto aquele filme,
Pois ele sempre acabava da mesma forma,
Como mais um poema de desamor
Escrito em mais uma noite de embriagues literária,
Enquanto juntava meus pedaços deixados
pela casa, pela rua, pela vida.
Pedaços deixados por mim na esperança de que você voltasse.
Assim acabavam meus filmes de amor.
Eu achei já ter visto esse filme,
Jurei que seria igual aos outros
E por ser igual aos outros você iria embora,
Eu já havia me preparado para isso.
Mas você não foi embora.
Foi então que percebi minha galega,
Eu nunca havia visto esse filme.
(Victória Sales)
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