É fácil o topo falar, quero ver se reconhecer topo e vir
Fazer movimento, somar,
Estar disposta a ouvir.
Mas pra você opressão com opressão se responde,
Violência com violência se resolve,
Pois é aquele ditado:
Se me atacar eu vou atacar,
Mas mana nesse caso é close errado.
Teu feminismo supremo, branco e graduado
Só racha ainda mais esse movimento nada unificado.
Somos as rachas do movimento rachado,
Enquanto estamos aqui nos digladiando,
Os machos estão lá
Fortalecendo o patriarcado.
Mana, será que você não vê que separadas
Somos muito fracas
E unidas somos resistentes.
Onde ta tua empatia pra entender
Aquilo que não te atinge?
Onde ta tua empatia com a solidão das minas pretas?
Onde ta tua empatia com as minas periféricas?
Tua empatia com as mães solo?
Onde ta tua empatia com as terceirizadas?
Com as nordestinas?
Com as indígenas?
Cadê tua empatia comigo, Base da pirâmide
Da qual você é o topo?
Onde ta tua empatia com tudo que é não é branco e elitista?
Mana me responde por quem a tua deusa olha?
Ela chora pelo sangue pobre que jorra?
Ela zela pela carne mais barata do mercado?
Mana a vida é muita treta, mas pare um instante e veja
O que nos uni não deveria ser só gostar de buceta.
Victória Sales
Nota para o próximo texto: Dentro e fora dos movimentos e das militâncias a empatia a quantas nada? Nas relações humanas no sentido amplo, no cotidiano e tals.
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