do fundinho do coração
a constatação:
tá faltando empatia
dentro e fora da militância
no movimento
no cotidiano
na margem
e no centro
tá faltando empatia
palavra bonita de falar
de articular
bonita de cobrar
mas difícil é praticar
se colocar em outro lugar
Dói
e da dor de outrem é que nunca sei o bastante
Nota: A próxima pessoa a escrever o próximo texto pode escolher entre os seguintes motes:
- Nudez
- Embriagar-se
- América Latina
Mayra Guanaes
Esse blog já foi de um grupo de 7 jovens que decidiu se propor um jogo/desafio, hoje em dia é outra coisa.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
Sororidade seletiva
É fácil o topo falar, quero ver se reconhecer topo e vir
Fazer movimento, somar,
Estar disposta a ouvir.
Mas pra você opressão com opressão se responde,
Violência com violência se resolve,
Pois é aquele ditado:
Se me atacar eu vou atacar,
Mas mana nesse caso é close errado.
Teu feminismo supremo, branco e graduado
Só racha ainda mais esse movimento nada unificado.
Somos as rachas do movimento rachado,
Enquanto estamos aqui nos digladiando,
Os machos estão lá
Fortalecendo o patriarcado.
Mana, será que você não vê que separadas
Somos muito fracas
E unidas somos resistentes.
Onde ta tua empatia pra entender
Aquilo que não te atinge?
Onde ta tua empatia com a solidão das minas pretas?
Onde ta tua empatia com as minas periféricas?
Tua empatia com as mães solo?
Onde ta tua empatia com as terceirizadas?
Com as nordestinas?
Com as indígenas?
Cadê tua empatia comigo, Base da pirâmide
Da qual você é o topo?
Onde ta tua empatia com tudo que é não é branco e elitista?
Mana me responde por quem a tua deusa olha?
Ela chora pelo sangue pobre que jorra?
Ela zela pela carne mais barata do mercado?
Mana a vida é muita treta, mas pare um instante e veja
O que nos uni não deveria ser só gostar de buceta.
Victória Sales
Nota para o próximo texto: Dentro e fora dos movimentos e das militâncias a empatia a quantas nada? Nas relações humanas no sentido amplo, no cotidiano e tals.
Fazer movimento, somar,
Estar disposta a ouvir.
Mas pra você opressão com opressão se responde,
Violência com violência se resolve,
Pois é aquele ditado:
Se me atacar eu vou atacar,
Mas mana nesse caso é close errado.
Teu feminismo supremo, branco e graduado
Só racha ainda mais esse movimento nada unificado.
Somos as rachas do movimento rachado,
Enquanto estamos aqui nos digladiando,
Os machos estão lá
Fortalecendo o patriarcado.
Mana, será que você não vê que separadas
Somos muito fracas
E unidas somos resistentes.
Onde ta tua empatia pra entender
Aquilo que não te atinge?
Onde ta tua empatia com a solidão das minas pretas?
Onde ta tua empatia com as minas periféricas?
Tua empatia com as mães solo?
Onde ta tua empatia com as terceirizadas?
Com as nordestinas?
Com as indígenas?
Cadê tua empatia comigo, Base da pirâmide
Da qual você é o topo?
Onde ta tua empatia com tudo que é não é branco e elitista?
Mana me responde por quem a tua deusa olha?
Ela chora pelo sangue pobre que jorra?
Ela zela pela carne mais barata do mercado?
Mana a vida é muita treta, mas pare um instante e veja
O que nos uni não deveria ser só gostar de buceta.
Victória Sales
Nota para o próximo texto: Dentro e fora dos movimentos e das militâncias a empatia a quantas nada? Nas relações humanas no sentido amplo, no cotidiano e tals.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Carta para Artur.
Filho,
hoje você completa 5 anos, sua
vida está apenas começando. A minha também. Mas acredito que do alto dos meus
20 e poucos anos eu tenha algumas coisas que gostaria que você também soubesse.
Escrevo essa carta para que todo meu carinho transborde em palavras e possa
assim te tocar de outras formas além daquelas já cotidianas.
Teve um dia, quando você ainda
era um bebê e estava dormindo no sofá da sala de nossa casa, em que eu te olhei
e senti uma pontada tão forte que meu olhos ficaram marejados. Ao perceber isso
olhei para sua avó, que estava ao meu lado, e só consegui dizer que te amava
tanto, com tal força, que me dava vontade de chorar. O amor faz isso. É difícil
lidar com ele, nos traz sentimentos tão confusos e tão distintos que, por
vezes, parece ser mais fácil simplesmente fugir. Não faça isso!
Está tudo bem amar, está tudo bem
se sentir perdido. E amor está aí para ser distribuído, aos nossos amigos, às
pessoas que nos arrancam sorrisos, às pessoas que queremos estar junto. É
melhor errar por excesso de amor do que por falta. O amor existe de muitas
maneiras, e são elas que dão real valor à nossa vida. Não acredite se te
disserem outra coisa. A gasolina, a engrenagem, o tempo, o trampo. Nada disso
vale mais que seu amor.
Esteja sempre presente para as
pessoas que você ama, mesmo que elas não estejam lá por você. Dois erros não
fazem um acerto e no fim é mais fácil dormir quando nossa parte foi feita. Carinha,
você vai amar e não ser amado. Ou talvez não ser amado da maneira que esperava.
Não engane seus sentimentos. Vai ficar tudo bem. Vão te dizer para lutar por
esse amor. Lute. Mas só existe uma forma de travar essa luta: sendo extremamente
sincero com você mesmo e com a pessoa. Converse, se declare, não deixe de dizer
como se sente e o futuro que imagina, peça em casamento, cumpra o que prometer.
Aceite o que acontecer a partir disso. Você nunca forçará ninguém a sentir o
que você deseja, contra isso não dá para lutar. Respeite os outros e os
sentimentos deles da mesma forma que gostaria de ter os seus respeitados.
Seja coerente e aja de acordo com
o que você sente. Pense antes de agir. Sempre. Quando você diz ou faz algo é
impossível voltar atrás. Lide com isso. Não é e não pode ser aceitável não assumir
responsabilidade. O que quero dizer, meu amor, é que você é o que faz e o que
sente. E o que faz com o que sente. Sempre tem como segurar as pontas,
principalmente porque você nunca estará sozinho, as pessoas que te amam estarão
ao seu lado.
Eu te amo e vou te segurar o mais
forte que puder durante o máximo de tempo que eu conseguir. Estou do seu lado.
Com carinho,
Papai.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Assinar:
Comentários (Atom)